Escrever
sobre Benjamin Gonçalves Figueiredo não é apenas falar do homem e do médium,
porque sua vida se mistura com a mensagem e com a obra de seu mentor
espiritual, um dos mais importantes dirigentes espirituais da Umbanda: o
magnífico Caboclo Mirim. Ambos serão para sempre um exemplo edificante de amor
ao próximo e de luta pela dignidade do culto umbandista.
Em um
momento histórico-cultural difícil para a Umbanda, Benjamin Figueiredo foi um
dos principais expoentes no movimento pela evolução do culto e pelo
reconhecimento das casas umbandistas junto às autoridades de seu tempo, estando
lado a lado de alguns dos incansáveis guerreiros dos primeiros anos da nossa
querida Umbanda, tais como Zélio Fernandino de Moraes, Domingos dos Santos,
João Carneiro de Almeida, José Álvares Pessoa, Manoel Nogueira Aranha, João de
Freitas, Cavalcanti Bandeira, Cícero Bernardino de Melo, Narciso Cavalcanti,
Félix Nascente Pinto, Jerônimo de Souza, Henrique Landi Júnior, Matta e Silva,
Tancredo da Silva Pinto, Átilla Nunes (pai), Omolubá, Flavio da Guiné, dentre
outros.
Por toda
uma vida voltada à unificação dos umbandistas, Benjamin Gonçalves Figueiredo
deixou registrada em nossa memória as lembranças do incansável líder, do médium
admirável de Caboclo Mirim e de Pai Roberto e do homem cuja integridade e
ideais em muito superaram os seus dias, nos trazendo até os dias de hoje os
ecos de uma bela mensagem de fé e de determinação em tirar a Umbanda da
marginalidade a qual esteve relegada pela sociedade brasileira até meados do
século passado.A ANUNCIAÇÃO DA UMBANDA
Há cerca de 20 anos após a proclamação da República, a sociedade brasileira vivia profundas transformações, ainda em busca de sua personalidade, de sua “brasilidade”. No mundo das artes, por exemplo, um grupo de artistas revolucionava a estética e a linguagem na Semana de Arte Moderna de 1922. Esse sentimento nacionalista viria também a se manifestar na política, com a ascensão de Getulio Vargas ao poder, já na década de 1930. Era o fim da hegemonia da elite agrária e a implantação do Estado Novo.A característica mestiça da população brasileira passava a ser valorizada, tida como forma de união da nação. Por essa visão, os vários grupos raciais ganhavam igual importância na formação da civilização brasileira. Esta ideologia ajudou na crença de que o preconceito racial não existia no Brasil. Gilberto Freyre, em seu livro “Casa Grande e Senzala” (1933), foi um dos intelectuais que deram suporte a tal tese.Até o samba, manifestação cultural oriunda da cultura negra brasileira, era redescoberto e reformatado, levado a um universo mais amplo: brilhava a estrela de Carmem Miranda!
Há cerca de 20 anos após a proclamação da República, a sociedade brasileira vivia profundas transformações, ainda em busca de sua personalidade, de sua “brasilidade”. No mundo das artes, por exemplo, um grupo de artistas revolucionava a estética e a linguagem na Semana de Arte Moderna de 1922. Esse sentimento nacionalista viria também a se manifestar na política, com a ascensão de Getulio Vargas ao poder, já na década de 1930. Era o fim da hegemonia da elite agrária e a implantação do Estado Novo.A característica mestiça da população brasileira passava a ser valorizada, tida como forma de união da nação. Por essa visão, os vários grupos raciais ganhavam igual importância na formação da civilização brasileira. Esta ideologia ajudou na crença de que o preconceito racial não existia no Brasil. Gilberto Freyre, em seu livro “Casa Grande e Senzala” (1933), foi um dos intelectuais que deram suporte a tal tese.Até o samba, manifestação cultural oriunda da cultura negra brasileira, era redescoberto e reformatado, levado a um universo mais amplo: brilhava a estrela de Carmem Miranda!
E dentro
deste contexto nacional, um fato marcante, para aqueles que se propõe a estudar
as origens da Umbanda, veio a consolidar-se como o marco inicial da religião: a
famosa manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas em 1908, através do seu
médium Zélio Fernandino de Moraes (1891-1975), na cidade de Niterói, então
capital do antigo estado do Rio de Janeiro. A data, 15 de novembro, é a mesma
da comemoração da proclamação da República brasileira. Coincidência?
Diante de
uma respeitada e organizada Federação Espírita Brasileira, Caboclo das Sete
Encruzilhadas pôde deixar registrada a definição do novo movimento religioso:
“Uma manifestação do espírito para a caridade”. Caridade, a principal lei da
Umbanda, religião do amor fraterno em benefício dos irmãos encarnados, qualquer
que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social.Sabe-se que aquela não foi
a primeira manifestação mediúnica de um espírito com perfil de um índio
brasileiro, uma vez que desde o final do século XIX há registro da presença
destes em pequenos terreiros, espalhados à margem da sociedade daqueles dias,
as ditas “macumbas cariocas”. Mas o advento do Caboclo das Sete Encruzilhadas
foi realmente especial por diversos aspectos. No início do século XX, “macumba”
podia facilmente definir toda e qualquer relação mediúnica (geralmente
promíscua) de curandeiros, pais-de-santo, feiticeiros, charlatões, e todos
aqueles que se dispunham a intervir junto às forças invisíveis do além apenas
em troca de dinheiro e poder, como bem descreve Paulo Barreto em 1904, sob o
pseudônimo de “João do Rio”, no livro “As Religiões no Rio”:
“Vivemos
na dependência do Feitiço, dessa caterva de negros e negras de babaloxás e
yauô, somos nós que lhes asseguramos a existência, com o carinho de um
negociante por uma amante atriz. O Feitiço é o nosso vício, o nosso gozo, a
degeneração. Exige, damoslhe; explora, deixamo-nos explorar e, seja ele
maitre-chanteur, assassino, larápio, fica sempre impune e forte pela vida que
lhe empresta o nosso dinheiro.”
Daí percebe-se a grandeza da missão do Caboclo das Sete Encruzilhadas como mensageiro das diretrizes da mais altas esferas da espiritualidade. Sua presença e sua mensagem eram muito claras: uma nova legião de entidades iluminadas trabalharia pela elevação moral e espiritual do nosso povo, sob a inspiração de Cristo-Oxalá. Era o nascimento da Umbanda!
Daí percebe-se a grandeza da missão do Caboclo das Sete Encruzilhadas como mensageiro das diretrizes da mais altas esferas da espiritualidade. Sua presença e sua mensagem eram muito claras: uma nova legião de entidades iluminadas trabalharia pela elevação moral e espiritual do nosso povo, sob a inspiração de Cristo-Oxalá. Era o nascimento da Umbanda!
Desta
forma entendemos porque, em 12 de março de 1920, outro jovem médium viria a ser
o veículo de mais um iluminado Mestre, que também se utilizando da roupagem
fluídica de um índio brasileiro, veio ratificar a mensagem de humildade e
caridade da Umbanda.
Vinha
ensinar a prática da mediunidade em sintonia e respeito à natureza e ao
livre-arbítrio do praticante, na plenitude da “Escola da Vida”.Assim, Caboclo
Mirim se manifestava pela primeira vez naquele que seria seu companheiro de uma
vida: Benjamin Gonçalves Figueiredo (26/12/1902 –
03/12/1986).
A
TENDA ESPÍRITA MIRIM EM 1924
Benjamin
Gonçalves Figueiredo, então com dezessete anos, participava com sua família de
sessões espíritas (kardecistas) até que, em março de 1920, em uma dessas
reuniões, Caboclo Mirim incorporou o jovem médium e anunciou que aquela seria a
última sessão de Kardec realizada por aquela família e que as próximas
passariam a ser de Umbanda, religião apresentada apenas há pouco mais de dez
anos.
A partir
de então, toda a família Figueiredo viu-se envolvida na formação daquele que
seria um dos mais importantes núcleos umbandistas do Brasil. Aos 13 dias do mês
de março do ano de 1924 considerou-se fundada a Tenda Espírita Mirim. Desde o
início Caboclo Mirim advertiu que aquela seria uma Organização única no gênero
em todo o Brasil, cujo método seria adotado por outras Tendas, até mesmo em
outros Estados da Federação.
De fato,
o ritual da Tenda Mirim sempre se destacou no meio umbandista por trazer
influencias de correntes filosóficas que vão desde o Ocultismo e a Teosofia ao
Espiritismo de Kardec. Caboclo Mirim aboliu do seu culto diversos elementos que
estavam intimamente ligados à noção de que se tinha das “macumbas” e
feitiçarias reinantes naqueles tempos, bem como alguns outros também
relacionados ao culto católico e à cultura africana, em especial.
Ainda
como parte da ruptura com outras religiões, nos terreiros orientados por
Caboclo Mirim não se encontravam altares com as imagens católicas, apenas a de
Jesus Cristo situado acima da altura da cabeça dos médiuns, onde se lia a
inscrição “O Médium Supremo”. Os atabaques foram trocados por enormes tambores
(tocados sentados), toalhas-de-guarda e as vestes rendadas coloridas, típicas
da Bahia, deram lugar aos brancos uniformes e calçados, sempre sóbrios, como a
lembrar a seus médiuns que todos eram apenas operários da fé, ou melhor,
“Soldados de Oxalá”, como na letra de um belo hino da Tenda Mirim. Nenhum
ornamento, nem guias, colares ou qualquer tipo de ostentação pessoal era
aceita. Antes da abertura dos trabalhos, era até difícil ao visitante
reconhecer os dirigentes dentre os demais médiuns da Casa.
Foi um
primeiro passo em busca de uma identidade própria para a Umbanda, buscando-se
dignificar o culto e seus participantes, tendo como base a organização e a
disciplina do conjunto do corpo mediúnico da casa umbandista. Percebe-se ainda
a nítida influência do movimento positivista daqueles tempos, através de uma
certa rigidez hierárquica e disciplinar no terreiro, o que aliás, atraiu muitos
médiuns militares para as fileiras das casas sob a orientação de Benjamin
Gonçalves Figueiredo.
Caboclo
Mirim introduziu também o conceito de graduação aos seus médiuns em
desenvolvimento, com uma classificação própria para cada um nos trabalhos de
atendimento público. Foi, talvez, a primeira Escola de Formação Iniciática
Umbandista!
O novo
adepto da religião iniciava seu desenvolvimento mediúnico na base da pirâmide
hierárquica do terreiro, e ia ascendendo nela conforme em seu próprio ritmo,
levando-se em conta a seriedade e a dedicação do neófito, e sempre de acordo
com a intensidade e a qualidade com que seus próprios Guias trabalhavam junto
ao médium.
Com isso,
durante seu desenvolvimento, o médium exercitaria várias funções dentro dos
trabalhos de caridade. A nomenclatura dos sete graus foi baseada na
terminologia da língua Nheêngatú, da antiga raça dos índios Tupy. Assim ficaram
classificados:
· 1º
Grau: Bojámirins – Entidades dos médiuns Iniciantes (I)
· 2º Grau: Bojás – Entidades dos médiuns de Banco (B)
· 3º Grau: Bojáguassús – Entidades dos médiuns de Terreiro (T)
· 4º Grau: Abarémirins – Entidades dos Sub-Chefes de Terreiros (SCT)
· 5º Grau: Abarés – Entidades dos Chefes de Terreiros (CT)
· 6º Grau: Abaréguassús – Entidades dos Sub Comandantes Chefes de Terreiros (SCCT)
· 7º Grau: Morubixabas – Entidades dos Comandantes Chefes de Terreiros (CCT)
· 2º Grau: Bojás – Entidades dos médiuns de Banco (B)
· 3º Grau: Bojáguassús – Entidades dos médiuns de Terreiro (T)
· 4º Grau: Abarémirins – Entidades dos Sub-Chefes de Terreiros (SCT)
· 5º Grau: Abarés – Entidades dos Chefes de Terreiros (CT)
· 6º Grau: Abaréguassús – Entidades dos Sub Comandantes Chefes de Terreiros (SCCT)
· 7º Grau: Morubixabas – Entidades dos Comandantes Chefes de Terreiros (CCT)
A
liturgia aplicada nos terreiros também introduzia novos conceitos à fé
umbandistas. Caboclo Mirim sintetizou o tradicional panteão africano em algumas
linhas de trabalho sob a égide de Tupã, o Senhor da criação na cultura
Tupi-Guarani. Os Orixás evocados nos trabalhos da Tenda Mirim eram: Oxalá,
Oxossi (e Jurema), Ogum, Iemanjá, Oxum, Nanã, Iansã e Xangô. Sempre se evitando
o sincretismo com os santos católicos, principalmente nas curimbas cantadas.
As
manifestações mediúnicas davam-se sempre através dos Caboclos, Pretos-Velhos e
as Ibeijadas (crianças), e não havia sequer uma saudação aos Exus e
Pomba-Giras, muito menos uma Gira ou sessão própria para o trabalho destes.
Certamente uma atitude que visava ratificar a ruptura da Umbanda com as
populares “macumbas”. Para muitos, Benjamin Figueiredo parecia ignorar
completamente a existência do “Povo da Rua”, bem como a extensão e a
importância dos trabalhos próprios dessa linha. Benjamin parecia ignorar,
perante os olhares menos atentos…
Realmente,
nos tempos de Benjamin Figueiredo, as casas ligadas à Tenda Mirim não faziam
Giras próprias de Exu e Pomba-Gira. Mas sua participação sempre foi fundamental
na corrente astral da Casa.
Com um
olhar mais apurado observava-se a presença do “Povo da Rua” auxiliando desde o
desenvolvimento dos médiuns iniciantes bem como trabalhando pesado no
descarrego de médiuns e consulentes. Mas sempre de uma forma extremamente
discreta, fosse junto aos Caboclos e Pretos-Velhos, fosse junto à parte do
corpo mediúnico denominados “médiuns de banco”. Essa categoria de médiuns tinha
como principal característica operar sempre sentado e de forma receptiva (ou
passiva), em contraponto aos médiuns de terreiro incorporados com seus
Caboclos, que ministravam o passe no consulente, de forma ativa. Os médiuns de
banco se doavam fornecendo ectoplasma e também auxiliando na dispersão de
energias maléficas e/ou miasmas, bem como na condução de almas sofredoras ou
espíritos trevosos (“exunizados”).
Este era
o trabalho fundamental das sessões de caridade sob a orientação de Caboclo
Mirim.
Daí
percebe-se que só com a segurança dos sempre alertas Exus e Pomba-Giras, em
total sintonia e cooperação com as demais entidades presentes, se alcançava o
pleno êxito em cada sessão.
Além das
sessões de caridade, outro evento importante sob a direção de Caboclo Mirim
eram as magníficas Giras mensais. Em seu enorme terreiro (20 x 50 metros),
inaugurado em 1942, cerca de 2000 (dois mil!) médiuns da Tenda Mirim, suas
filiais e Casas co-irmãs, confraternizavam com seus Caboclos e Pretos-Velhos em
uma só poderosa vibração de amor aos Orixás e à Umbanda.
A partir
dos anos 50, com um trabalho já bem consolidado na sua matriz no Rio de
Janeiro, Caboclo Mirim responsabilizou vários médiuns a levar as Tendas de
Umbanda ao longo de todo território nacional. A primeira casa descendente da
Tenda Mirim foi criada em 30/06/1951, como filial, em Queimados, cidade de Nova
Iguaçu. Depois desta, novas casas foram abertas em Austin, Realengo, Colégio,
Jacarepaguá, Itaboraí e Petrópolis. A primeira casa descendente do Caboclo
Mirim, aberta fora do Rio de Janeiro foi na cidade de Assaí, no Paraná.
Até 1970,
já tinham sido abertas 32 casas sob a orientação de Caboclo Mirim.
A
UMBANDA FORA DA MARGINALIDADE
Nos
primeiros anos da Umbanda, ainda no início do século XX, a repressão ao dito
baixo espiritismo era bastante intensa. A Maçonaria, a Umbanda, o Espiritismo
de Kardec e principalmente os cultos afro-brasileiros eram reprimidos com
vigor. Pior ainda durante o período da ditadura Vargas, quando a polícia agia
violentamente, com a justificativa de que a macumba tinha ligações com a
subversão, servindo até para dar cobertura a grupos comunistas, segundo relatos
da época. Uma lei datada de 1934 colocou todos esses grupos sob a jurisdição do
Departamento de Tóxicos e Mistificações da Polícia do Rio de Janeiro, na seção
especial de Costumes e Diversões, que lidava com problemas relacionados com álcool,
drogas, jogo ilegal e prostituição. Praticar a Umbanda era então uma atividade
marginal! (perdurou com tal classificação até a reorganização do Departamento
de Polícia do Rio, em 1964)
Essa
mesma lei de 1934 gerou uma situação dúbia: se o registro na polícia permitia
aos terreiros a prática legal, concretamente, servia para facilitar a ação das
autoridades, aumentando a possibilidade de intimidação e extorsão. Registrados
ou não, os umbandistas e demais praticantes de cultos afro-brasileiros ficavam expostos
à severa perseguição policial do Rio. Não era difícil ver a polícia invadir e
fechar terreiros, confiscando objetos rituais, e muitas vezes prendendo os
participantes. Benjamin Figueiredo, Zélio Fernandino de Moraes e muitos outros
foram presos diversas vezes nesse período.
Mas havia
um “modelo” que vinha conquistando seu espaço na sociedade brasileira: A
Federação Espírita Brasileira (FEB), fundada desde 1º de janeiro de 1884. Nos
anos 30, esta já conseguira se firmar como legítima representante do Espiritismo
no Brasil, unificando, fortalecendo e tornando coesas as Casas espíritas.
O simbolismo que carrega o vocábulo “federação”, como idéia de unidade nacional, servia ao discurso da Era Vargas, que naqueles tempos já via com bons olhos a religião espírita, como mais uma fonte de pacificação e, principalmente, controle das massas pela elite “branca” da sociedade.
O simbolismo que carrega o vocábulo “federação”, como idéia de unidade nacional, servia ao discurso da Era Vargas, que naqueles tempos já via com bons olhos a religião espírita, como mais uma fonte de pacificação e, principalmente, controle das massas pela elite “branca” da sociedade.
Tentando
se livrar do estigma marginal dos feiticeiros, iniciou-se um claro movimento
por uma auto-identificação dos umbandistas com o Kardecismo e com o alto
espiritismo. O próprio termo espírita foi usado para esconder nomes e para
disfarçar os praticantes da Umbanda de sua ascendência afro-brasileira, quase
como uma nova forma de sincretismo, tal qual a máscara católica que as
religiões afro-brasileiras se utilizaram nos tempos do cativeiro. Daí a
denominação de tantas Casas umbandistas tradicionais: Tenda Espírita Mirim,
Tenda Espírita Fraternidade da Luz, Tenda Espírita Estrela Guia da Umbanda,
etc..
Os
números de São Paulo, apresentados pelo professor de Sociologia da Religião
Lísias Nogueira Negrão (livro Entre a Cruz e a Encruzilhada. São Paulo: Edusp,
1996), são um ótimo exemplo: de 1929 a 1944 o número de centros espíritas
kardecistas registrados em cartórios representava 94% do total de unidades
religiosas registradas, contra apenas 6% das casas declaradas de Umbanda.
Alguns anos depois, no período de 1953 a 1959 (após a descriminalização), este
número já havia se invertido, com 68% de casas de Umbanda contra 31% de casas
kardecistas.
O
movimento umbandista ganhava corpo e estruturava-se a fim de obter o status de
religião brasileira. O exemplo da FEB deve ter parecido a melhor opção para as
lideranças umbandista daqueles tempos. Criar uma federação para negociar com o
Estado a regulamentação da Umbanda, e conseqüentemente o fim da repressão ao
culto, inserindo assim a Umbanda na estrutura do Estado pela via institucional
foi o caminho escolhido. Em 1939 fundou-se a Federação Espírita de Umbanda,
atual União Espírita de Umbanda do Brasil. Zélio de Moraes, Benjamin
Figueiredo, Tancredo Pinto e outros se uniram em torno de um só ideal: tirar a
Umbanda da marginalidade, organizando-a como uma religião coerente e hegemônica
e assim obtendo sua legitimação social.
Esse
grupo realizou então o Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda
em 1941, onde essas lideranças apresentaram suas teses sobre a religião. A
corrente predominante trazia à sociedade uma Umbanda original e evoluída que
existiria desde o oriente, de onde teria se espalhado para a Lemúria (um
lendário continente perdido), e daí para a África, onde teria degenerado para o
feiticismo, forma que teria chegado ao Brasil pelos escravos negros. Assim, a
influência africana na Umbanda não era negada, mas olhada como uma corrupção da
tradição religiosa original, na sua fase anterior de evolução.
A defesa
da nova definição do termo Umbanda, reflete bem o pensamento dos intelectuais da
religião, unidos naquele primeiro congresso. Ali surgiu, pela primeira vez, a
expressão AUM-BANDHÃ do Sânscrito aume bhanda, termos que foram traduzidos como
“o limitado no ilimitado”, “Princípio Divino, luz radiante, fonte de vida
eterna, evolução constante”. Tal tese, apresentada pela Tenda Espírita Mirim, é
até hoje aceita por diversas correntes umbandistas.
Alguns
estudiosos apontam nessa primeira tentativa de consolidação da Umbanda forte
tendência de desafricanização e embranquecimento da Umbanda, uma vez que os
demais líderes das religiões Afro-Brasileiras foram excluídos desse encontro
histórico. Alegam também que a dita “lavagem branca” da origem da Umbanda pode
ser encontrada em denominações comuns à época, como umbanda pura, umbanda
limpa, umbanda branca e umbanda da linha branca no sentido de “magia branca”.
Termos que contrastavam com magia negra e linha negra, associados com o mal.
Mas a
verdadeira luta de Zélio de Moraes, Benjamin Figueiredo e seus contemporâneos
era pela descriminalização da prática da Umbanda, o que viria a ser o maior
feito daquele Primeiro Congresso. Em 1944, essas mesmas lideranças umbandistas
apresentam ao então Presidente
Getúlio Vargas um documento entitulado “O Culto da Umbanda em Face da Lei”, conseguindo que o governo brasileiro aprovasse a descriminalização da nossa querida religião.
Getúlio Vargas um documento entitulado “O Culto da Umbanda em Face da Lei”, conseguindo que o governo brasileiro aprovasse a descriminalização da nossa querida religião.
PAPAS
& CODIFICAÇÕES
Apesar de uma grande vitória, a descriminalização da Umbanda não foi suficiente para manter unidas as lideranças do movimento, juntas até então pela legitimação da religião. Por volta de 1950, essas mesmas lideranças passaram a se entrincheirar em torno de seus pontos-de-vista pessoais, cada qual defendido com ardor e paixão, abrindo-se assim um enorme fosso dentre as diversas correntes umbandistas. Diversas Federações são fundadas no Brasil (só no RJ foram novas seis!).
Apesar de uma grande vitória, a descriminalização da Umbanda não foi suficiente para manter unidas as lideranças do movimento, juntas até então pela legitimação da religião. Por volta de 1950, essas mesmas lideranças passaram a se entrincheirar em torno de seus pontos-de-vista pessoais, cada qual defendido com ardor e paixão, abrindo-se assim um enorme fosso dentre as diversas correntes umbandistas. Diversas Federações são fundadas no Brasil (só no RJ foram novas seis!).
Com o fim
da perseguição das autoridades públicas à Umbanda, a religião passou por um
rápido período de crescimento. Estavam abertas as portas da Umbanda aos mais
diversos grupos que ainda se encontravam marginalizados, da mesma forma que um
dia esta se encontrara. Todos os terreiros, das mais variadas “linhas”,
incluíram em seus nomes a palavra Umbanda como forma de fugir à repressão
policial. Nesse momento, cresce a corrente que defende a influência da cultura
africana sobre o culto umbandista, e ganha destaque um dos seus principais
expoentes: Tancredo da Silva Pinto (1904-1979), considerado o organizador do
culto Omolokô no Brasil. (foto à esquerda)
Ainda em
1950, Tancredo rompe com a Federação Espírita de Umbanda e funda a Confederação
Espírita Umbandista do Brasil. Bastante atuante, viaja por quase todo o país,
fundando Federações no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas
Gerais, Pernambuco, dentre outros, sempre com o objetivo de organizar e dar
personalidade ao culto.
Inspirado
pela tese do médico, etnólogo e professor Raimundo Nina Rodrigues (1862-1906),
Tancredo defendeu com ardor sua visão da Umbanda, que via na pureza racial
negra a legitimidade das práticas umbandistas. Tancredo Pinto lançou mais de 30
livros, e passaria 25 anos escrevendo uma coluna semanal no jornal “O Dia”, o
que faria com que seus ideais tivessem grande ascendência sobre os setores mais
humildes da Umbanda, chegando inclusive a receber o título de “Táta de Umbanda”
(“Papa da Umbanda”).
Como um
dos maiores representantes da corrente umbandista que liderara o Primeiro
Congresso de Umbanda, Benjamin Gonçalves Figueiredo, Presidente da Tenda
Espírita Mirim (RJ), também sabia que aquele era o momento de levar a Umbanda
pelo Brasil afora. Em 1951, a Tenda Mirim já iniciara seu processo de expansão,
abrindo filiais em todo o estado do Rio.
Então,
visando a expansão em nível nacional, Benjamin Figueiredo, inspirado por seu
mentor Caboclo Mirim, convoca diversos dirigentes umbandistas a fim de se
unirem em torno de um ideal maior: a codificação da Umbanda. Juntas essas Casas
umbandistas fundam, em 03 de outubro de 1952, no Rio de Janeiro, o Primado de
Umbanda.
Idealizado
como uma instituição federativa, o Primado visava o fortalecimento da Umbanda e
a maior união e entendimento entre seus responsáveis e adeptos, procurando
estabelecer, o quanto possível, maior uniformidade nos trabalhos espirituais e
práticas do ritual. Destacando-se pela organização, disciplina e seriedade, e
sob a condução de Benjamin, eleito primeiro Primaz, o Primado de Umbanda
cresceu rapidamente, contando com dezenas de Casas filiadas em poucos anos.
O Primado
ainda congregaria outros segmentos umbandistas e apoiaria a organização de um
novo Congresso de Umbanda. Neste segundo Congresso, realizado em 1961 sob a
presidência do Sr. Henrique Landi Junior, novamente debateu-se a codificação da
religião e aprovou-se o Hino da Umbanda, de autoria de J. M. Alves.
Ainda
haveria um 3º Congresso, efetivamente realizado em 1973.
Templo de
Oxossi (RJ) – 1970
Benjamin
Figueiredo ainda incentivou a criação do Colegiado Espiritualista do Cruzeiro
do Sul, do Círculo de Escritores e Jornalistas de Umbanda, e seria o principal
fundador da Escola Superior Iniciática de Umbanda do Brasil, da qual foi
Conselheiro Nato.
Também
nos anos 50/60, muitos autores apresentam obras literárias sobre a Umbanda.
Além de Benjamin Figueiredo (Okê Caboclo – 1962) e Tancredo da Silva Pinto,
também há livros lançados por Aluízio Fontenele, Byron Torres, Decelso, Emanuel
Zespo Jota Alves de Oliveira, João Varela, Lourenço Braga, Oliveira Magno,
Samuel Ponze, Silvio Pereira Maciel, dentre outros.
Em 1956
surge um novo personagem que merece destaque: é W.W. da Matta e Silva
(1917-1988, foto) com o seu livro “Umbanda de Todos Nós”. Sua pesquisa
apresenta a religião como ciência e filosofia, em uma linha próxima ao que já
apresentara o Primado de Umbanda e Oliveira Magno em seu livro “A Umbanda
Esotérica e Iniciática” (1950).
Com
grande repercussão no meio umbandista, o livro também é visto como mais uma
tentativa de codificação da religião. Matta e Silva ainda lançaria mais oito
livros, apresentando sua forma particular de se praticar Umbanda, que viria a
ser conhecida como “Umbanda Esotérica”, criando assim mais uma segmentação
dentro da religião.
Sempre
lutando contra o uso comercial da Umbanda, contra as práticas que alimentam o
“baixo espiritismo” e, principalmente, contra a ignorância do corpo mediúnico,
Matta e Silva (Mestre Yapacani) iniciou em seu terreiro centenas de médiuns na
sua corrente astral do “Aumbhandan”, e preparou muitos outros para liderarem
agrupamentos religiosos que hoje se distribuem por todo território nacional.
Talvez o
mais famosos deles, tido como seu sucessor, seja o Sr. Francisco Rivas Neto
(Mestre Arhapiagha), Presidente da Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino
(O.I.C.D.) e Reitor Geral da Faculdade de Teologia Umbandista (FTU).
O
antagonismo dessas principais correntes gera debates que afetam os umbandistas
até os dias de hoje. E tal qual naqueles tempos, hoje ainda observa-se que cada
grupo ou organização implanta sua própria “codificação”, tentando influenciar o
movimento umbandista com sua visão e seus ideais, através da mídia escrita, TV
ou Internet.
Mas vale
ressaltar que não há verdade absoluta, Centro ou Tenda melhor ou pior, mais
“evoluída” do que qualquer outra. Será sempre seguindo princípios básicos de
amor e, principalmente, respeito ao próximo, que conseguirá o umbandista ver
que, abaixo das pequenas diferenças de culto exterior, somos todos IRMÃOS DE
FÉ.
O
LEGADO DE BENJAMIN
A Umbanda, quase 100 anos após a famosa apresentação pública de Caboclo das Sete Encruzilhadas, ainda é uma jovem religião em busca de sua afirmação. E merecem o nosso respeito e admiração todos os incansáveis guerreiros que abriram as primeiras trilhas, que seguiram em caminhos nunca antes percorridos e que criaram as bases para que, um século depois, pudessem os umbandistas ter orgulho dos nossos terreiros e de nossos Guias. Essa foi a grande luta de Benjamin Gonçalves Figueiredo.
A Umbanda, quase 100 anos após a famosa apresentação pública de Caboclo das Sete Encruzilhadas, ainda é uma jovem religião em busca de sua afirmação. E merecem o nosso respeito e admiração todos os incansáveis guerreiros que abriram as primeiras trilhas, que seguiram em caminhos nunca antes percorridos e que criaram as bases para que, um século depois, pudessem os umbandistas ter orgulho dos nossos terreiros e de nossos Guias. Essa foi a grande luta de Benjamin Gonçalves Figueiredo.
“A
Umbanda é coisa séria para gente séria”. Assim, Caboclo Mirim anunciava que era
chegado um novo tempo aos verdadeiros umbandistas, era hora de abandonar os
excessos litúrgicos, e de cada um despertar para sua jornada de crescimento
íntimo, sob a luz dos Guias de Aruanda.
Benjamin
Figueiredo soube estar à altura de uma obra maior, orientada pela legítima
cúpula espiritual do movimento umbandista. Sabia que, em seu tempo, seria
conhecido como um radical, pela intransigência que precisaria defender uma
Umbanda livre dos grilhões de feiticeiros e exploradores da fé, das supertições
que poluíam as mentes mais imaturas de alguns fiéis, e principalmente da
marginalidade que a sociedade relegava nossa religião.
Realmente
não foi um grande escritor, mas seu exemplo seria seu maior diferencial. Como
médium dedicado de Caboclo Mirim e Pai Roberto, consolidou a Tenda Mirim e o Primado
de Umbanda como verdadeiras Escolas Iniciáticas, provando que a Umbanda tinha
vida própria fora da cultura afro-brasileira.
Alguns o
acusaram de “embranquecer” a Umbanda, mas Benjamin nunca aceitou o ser humano,
e suas manifestações sócio-culturais, como algo estático. Acreditava que tudo
evolui, cresce e se desenvolve. É a “Escola da Vida” trazida por Caboclo Mirim!
Claro que respeitava a cultura negra que tanto enriquece nossa religião, mas
achava dispensável ao culto alguns dos rituais africanos mais rústicos. Para
ele, Umbanda nunca seria lugar para matanças de animais, “fundangas”, raspagens
de cabeça, camarinhas, “recolhimentos” ou “obrigações” aos Orixás.
O
“radicalismo” de Zélio de Moraes, Benjamin Figueiredo e seus companheiros,
permitiu que não predominasse na Umbanda apenas a matriz africana e a avassaladora
cultura Yorubá, da mesma forma que se observa sua forte presença nos Cultos de
Nação. Talvez, sem sua contribuição, a Umbanda hoje seria apenas uma forma
“light” do Candomblé. Mas, respeitando-se como religiões irmãs, cada qual vem
aprendendo a consolidar sua própria visão do universo, com seus próprios
fundamentos, rituais e, principalmente, sacerdotes.
Assim, a
Umbanda pôde consolidar-se como religião universalista, com espaço para
diversas influências que enriqueceram e fortaleceram os umbandistas, permitindo
que observemos em nossos terreiros a presença da matriz católica, da matriz
espírita, da matriz orientalista, etc.
A
conclusão que chegamos é que será na busca do equilíbrio, do “Caminho do Meio”,
que a Umbanda crescerá. Os gregos antigos já nos ensinavam que a temperança, a
prudência e a modéstia, aliadas à moderação e ao bom senso, compõe as condições
indispensáveis a se alcançar um estado de espírito são e calmo (Sophrosyne).
Mas trilhar pelo meio não significa ignorar a energia dos extremos, com sua força e sua vitalidade. O melhor caminho será encontrado na polarização correta dessas forças, não na sua anulação. No caminho do meio todos os extremos se encontram, e nele todos os extremos se apóiam e se fortalecem.
Mas trilhar pelo meio não significa ignorar a energia dos extremos, com sua força e sua vitalidade. O melhor caminho será encontrado na polarização correta dessas forças, não na sua anulação. No caminho do meio todos os extremos se encontram, e nele todos os extremos se apóiam e se fortalecem.
Que os
filhos da nossa querida Umbanda reconheçam o conjunto das forças presentes em
sua religião, e possam encontrar em seu equilíbrio a verdadeira Luz de
Aruanda!!!
SERGIO
NAVARRO TEIXEIRAFraternidade
Umbandista LUZ DE ARUANDA
Barra Mansa/RJ
Barra Mansa/RJ
Março de
2008
Bibliografia:
· BARRETO, Paulo (“João do Rio”). As Religiões no
Rio – Editora Nova Aguilar (1976)
· BROWN, Diana. Uma história da Umbanda no Rio (Cadernos do ISER. Umbanda & Política. Volume 18) – Editora Marco Zero.
· Federação Espírita de Umbanda. Primeiro Congresso do Espiritismo de Umbanda. Trabalhos apresentados ao 1º Congresso Brasileiro de Espiritismo de Umbanda, reunidos no Rio de Janeiro, de 19 a 26 de Outubro de 1941. Jornal do Commércio – RJ (1942)
· FIGUEIREDO, Benjamin Gonçalves. Okê Caboclo – Editora ECO (1962)
· OLIVEIRA, Jota Alves de. Magias da Umbanda – Editora ECO (1970)
· DECELSO. Umbanda de Caboclos – Editora ECO (1972)
· Primado de Umbanda – Ordenações do Primado de Umbanda
· NEGRÃO, Lísias Nogueira. Entre a Cruz e a Encruzilhada – Edusp (1996)
· TRINDADE, Diamantino Fernandes. Umbanda e sua História – Ícone Editora
·JENSEN, Tina Gudrun. Discursos sobre as religiões afro-brasileiras – Da desafricanização para a reafricanização – (traduzido por Maria Filomena Mecabô)
· PRANDI, Reginaldo. O Brasil com Axé: Candomblé e Umbanda no Mercado Religioso (2004)
· Revista Espiritual de Umbanda nº 06 – Editora Escala (2004)
· OLIVEIRA, José Henrique M. As estratégias de legitimação da Umbanda durante o Estado Novo: institucionalização e evolucionismo. (23/05/2006.)
· SÁ JUNIOR, Mario Teixeira de. A invenção da alva nação umbandista (Tese de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Campus Dourados (2004)
· ISAIA, Artur César. O Elogio ao Progresso na obra dos Intelectuais de Umbanda – artigo da UFSC
· BROWN, Diana. Uma história da Umbanda no Rio (Cadernos do ISER. Umbanda & Política. Volume 18) – Editora Marco Zero.
· Federação Espírita de Umbanda. Primeiro Congresso do Espiritismo de Umbanda. Trabalhos apresentados ao 1º Congresso Brasileiro de Espiritismo de Umbanda, reunidos no Rio de Janeiro, de 19 a 26 de Outubro de 1941. Jornal do Commércio – RJ (1942)
· FIGUEIREDO, Benjamin Gonçalves. Okê Caboclo – Editora ECO (1962)
· OLIVEIRA, Jota Alves de. Magias da Umbanda – Editora ECO (1970)
· DECELSO. Umbanda de Caboclos – Editora ECO (1972)
· Primado de Umbanda – Ordenações do Primado de Umbanda
· NEGRÃO, Lísias Nogueira. Entre a Cruz e a Encruzilhada – Edusp (1996)
· TRINDADE, Diamantino Fernandes. Umbanda e sua História – Ícone Editora
·JENSEN, Tina Gudrun. Discursos sobre as religiões afro-brasileiras – Da desafricanização para a reafricanização – (traduzido por Maria Filomena Mecabô)
· PRANDI, Reginaldo. O Brasil com Axé: Candomblé e Umbanda no Mercado Religioso (2004)
· Revista Espiritual de Umbanda nº 06 – Editora Escala (2004)
· OLIVEIRA, José Henrique M. As estratégias de legitimação da Umbanda durante o Estado Novo: institucionalização e evolucionismo. (23/05/2006.)
· SÁ JUNIOR, Mario Teixeira de. A invenção da alva nação umbandista (Tese de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Campus Dourados (2004)
· ISAIA, Artur César. O Elogio ao Progresso na obra dos Intelectuais de Umbanda – artigo da UFSC
· Diversos sites da Internet, dentre eles destacamos:
–
Tenda Espírita Mirim (http://www.tendaespiritamirim.org.br/)
–
Tenda Espírita Fraternidade da Luz (http://www.tefl.com.br/)
– A
Umbanda na visão de um eterno aprendiz (http://www.marciobamberg.com.br/umbanda)
–
Umbanda – A Proto-Síntese Cósmica (http://www.umbanda.org/)
–
Círculo dos Irmãos Espiritualista Fé e Caridade (CIEFEC)